Pesquisadores do Paraná desenvolvem gel cicatrizante à base de tilápia sem sacrificar o peixe

  • 30/10/2025
(Foto: Reprodução)
Pesquisadores do Paraná desenvolvem gel cicatrizante à base de tilápia sem sacrificar o peixe Jéssica Natal/UEPG Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desenvolveram um gel cicatrizante à base de tilápia, que inicialmente está sendo usado para tratar feridas em cães e gatos. O coordenador da pesquisa, professor Flavio Luís Beltrame, explica que o gel é produzido a partir de um ativo da pele do peixe, e que o animal não precisa ser sacrificado para a extração do material. Segundo ele, o produto ajuda a reestruturar a pele e os resultados mostram diminuição na área machucada a partir de uma semana de tratamento. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PR no WhatsApp Veja os vídeos que estão em alta no g1 O estudo é desenvolvido por alunos e professores do Departamento de Ciências Farmacêuticas e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UEPG. Eles contam com a parceria de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que cedem parte do material utilizado. "O gel é produzido a partir de um hidrolisado de peptídeos – que são pedaços de proteína do colágeno, obtidos pelo processo de hidrólise (quebra de uma molécula em partes menores pela adição de uma molécula de água). Este material vem do laboratório do professor Eduardo César Meurer, da UFPR, Campus de Jandaia do Sul. Na UEPG, ele chega na forma líquida. O grupo da Universidade, então, faz a secagem e transforma o material em um pó, para que depois seja usado como ativo farmacêutico em forma de gel", detalha a universidade. Saiba mais abaixo. Pesquisadores do Paraná desenvolvem gel cicatrizante à base de tilápia sem sacrificar o peixe Jéssica Natal/UEPG A ideia surgiu há cerca de quatro anos, a partir da pesquisa do grupo do professor Eduardo, que é químico e queria testar o produto extraído na UFPR. Na época, a pesquisa iniciou com o então mestrando Rodrigo Tozetto, que é médico veterinário. A pesquisa propôs avaliar a atividade antimicrobiana cicatrizante do produto. Atualmente, Tozetto segue com a mesma pesquisa no Doutorado, sob orientação da professora Priscileila Ferrari. "Observamos que, com a aplicação do gel, a cicatrização de feridas e queimaduras foi mais rápida, comparado a outros fatores”, cita o veterinário. Agora, a equipe também estuda outras frentes, analisando a estabilidade físico-química da formulação do gel, além de ensaios clínicos do produto com finalidade veterinária. “Estamos analisando o tratamento de feridas que os veterinários chamam de primeira e segunda intenções, que são aquelas feridas feitas por uma incisão numa castração do animal, ou quando o animal sofre algum trauma, por exemplo”, explica o coordenador da pesquisa. Leia também: Entenda: Obra de asfalto é paralisada em rodovia do Paraná devido a fósseis de animais mais antigos que dinossauros Vizinha ouve gritos e salva criança de estupro: Veja vídeo do momento em que suspeito foi preso Veja o vídeo: Paranaense se inspira em animações da Pixar e pede namorada em casamento com 'filme' do casal feito por IA Testes Pesquisadores do Paraná desenvolvem gel cicatrizante à base de tilápia sem sacrificar o peixe Jéssica Natal/UEPG O hidrolisado de peptídeos de colágeno da tilápia que chega para os pesquisadores da UEPG é transformado em pó pela facilidade na manipulação do material. A mestranda Ana Carolina Ventura destaca que o processo de secagem contribui para que a substância seja transformada em várias formas farmacêuticas. “No caso do meu projeto, estou testando um hidrogel, e é importante agora sabermos o prazo de validade deste produto, e como ele se comporta em condições de temperatura e umidade, por exemplo”. O grupo acompanha cerca 44 animais tratados, dentre cães e gatos. Um deles é a Pixy, gata de aproximadamente dois anos que foi resgatada da rua com feridas nas pernas e barriga. A doutoranda Anna Claudia Capote a acompanha desde o primeiro dia de tratamento e ressalta que unir a ciência com a ajuda pela causa animal têm sido gratificante. “Foi difícil vê-la machucada nos primeiros dias, mas foi muito interessante ver a evolução, o fechamento da ferida. Agora ela está muito alegre e brinca com a gente”, conta. Pesquisadores do Paraná desenvolvem gel cicatrizante à base de tilápia sem sacrificar o peixe Jéssica Natal/UEPG Próximos passos Em 30 de setembro, a equipe recebeu reconhecimento no Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), de iniciativa da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). A ação premiou pesquisadores que tiveram iniciativas de destaque. Em parceria com a Fundação Araucária e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae-PR), o Prime nasceu com a missão de aproximar o conhecimento acadêmico do mercado. Foi a primeira vez que o prêmio foi direcionado para a UEPG. Com ele, o projeto recebeu um certificado de excelência e um cheque simbólico no valor de R$ 200 mil. “A partir desse valor, planejamos fazer todo o processo, desde a extração da proteína da pele da tilápia, aqui na UEPG, até a produção de mais produtos, para dar mais variedade em nosso portfólio. Acreditamos nas patentes que geramos desta tecnologia e esperamos encontrar universidades e empresas parceiras para a comercialização”, destaca o coordenador da pesquisa, professor Flavio Luís Beltrame. Pesquisadores do Paraná desenvolvem gel cicatrizante à base de tilápia sem sacrificar o peixe Jéssica Natal/UEPG Vídeos mais assistidos do g1 Paraná: O Leia mais notícias em g1 Paraná

FONTE: https://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/noticia/2025/10/30/pesquisadores-do-parana-desenvolvem-gel-cicatrizante-a-base-de-tilapia-sem-sacrificar-o-peixe.ghtml


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