Ligar o “modo founder”: líderes devem ir à linha de frente
20/10/2025
(Foto: Reprodução) A mentalidade do fundador
Empresas que crescem demais, muitas vezes, afastam seus líderes do que realmente importa: o contato direto com a operação e com o cliente. O resultado são decisões estratégicas que ignoram a realidade do negócio.
No livro “The Founder’s Mentality” (Chris Zook e James Allen, Bain & Company), os autores mostram que as empresas de alta performance são aquelas que mantêm a mentalidade do fundador mesmo em larga escala. Isso significa proximidade com os clientes, simplicidade na execução e a capacidade de tomar decisões rápidas. Quando a alta gestão se distancia disso, a performance cai.
“Eu acredito que ser fundador é muito mais do que ocupar um cargo. É ter coragem de ligar o modo founder quando a situação exige. É ir para a linha de frente, assumir riscos e não deixar que os foguetes explodam sem resultado”, afirma Willian Crizostimo, CEO da BW8.
Skin in the Game: líder que assume o risco
O pensador Nassim Nicholas Taleb, em Skin in the Game, fala sobre um princípio simples: líderes de verdade precisam compartilhar os riscos que pedem aos outros. Quando um CEO só dá ordens de cima, sem viver as consequências da execução, a empresa perde legitimidade e velocidade.
É exatamente o oposto do que se espera de um fundador. O founder que “entra no campo” mostra que está disposto a arriscar junto, que não está blindado da realidade.
“Não acredito em gestão feita apenas por dashboards ou relatórios de consultoria. A estratégia só faz sentido se a execução acontece. E, para isso, o líder precisa estar presente — seja numa call com cliente, seja testando um processo de vendas ou implantando um sistema com o time técnico”, reforça Crizostimo.
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Barriga no balcão: onde as decisões acontecem
No ecossistema de negócios, existe a expressão “barriga no balcão”. Significa estar junto do time e dos clientes, sentindo o que acontece em primeira mão. É ali, no contato com a realidade, que os problemas aparecem e as oportunidades surgem.
Empresas que se acostumam a pedir para seus líderes “apenas decisões estratégicas” esquecem que empresa é feita de cliente, entrega e resultado. E só quem está com a barriga no balcão entende o impacto real de cada decisão.
“Já estive em reuniões de conselho em um dia e, no outro, estava revisando cadência de outbound junto com SDR. Isso não diminui um CEO, pelo contrário: dá velocidade, confiança e clareza para toda a organização”, conta Crizostimo.
Conclusão: coragem, entrega e resultado
O futuro dos negócios exige líderes que saibam escalar empresas sem abandonar a mentalidade do fundador. Aquele que não se esconde atrás de relatórios, mas que entende que uma empresa é feita de operação, cliente e resultado.
“Eu acredito que coragem, entrega e resultado não são slogans, mas práticas diárias. E, para isso, o founder precisa estar disposto a ligar seu modo mais essencial: o de quem constrói, arrisca e lidera sempre da linha de frente”, conclui Willian Crizostimo.